Nosso escritor Jáder de Carvalho foi um homem apaixonado pelo sertão quixadaense, terra de suas origens. Entretanto, a cidade, com suas praças, seresteiros e moças nas janelas, também encantou o poeta.
Em seus poemas, cantou o sertão de sua infância, marcado pela seca e pela alegria das gentes ao ver a chuva molhando a terra; cantou a vida no campo, onde "grasnam bandos de marrecas"* e sente-se "o cheiro bom do gado"*. Por outro lado, dedicou belos versos à Fortaleza antiga, de "ruas tranquilas"** e noites em que se podia escutar "os bramidos do mar no Paredão"**.
É desse homem entre o sertão e o mar, entre Quixadá e Fortaleza, que fala o poema a seguir, extraído de Temas Eternos (1973).
Sertão e Mar
O sertão me chamava. Eu tive pena.
E, em madrugada que jamais esqueço,
eis-me no trem. A máquina apitou.
Chegara a hora - o coração me disse.
A máquina cansava nas subidas.
Nas curvas os apitos se estiravam,
num longo adeus a tudo que ficara
na linha azul do mar, de que eu fugia.
Ah, na fumaça da locomotiva,
que se encurvava aos ventos da viagem,
ia o meu lenço, a minha despedida.
Amoroso do mato e da cidade,
se me alegrava o cheiro do sertão,
como gemia o mar dentro de mim!
*Trechos do poema "Noite no sertão", em Temas Eternos (1973).
**Trechos de "Sonetos para Fortaleza", em Temas Eternos (1973).
onde estão os familiares que não divulgam as poesia de jader de carvalho para essa nova geração.
ResponderExcluironde estão os familiares que não divulgam as poesia de jader de carvalho para essa nova geração.
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