Há mais ou menos um ano, nosso grupo fez a primeira visita à
terra natal de Jáder de Carvalho. Um momento bastante singular foi, quando,
subindo a Serra do Estevão, viu-se, ao longe, linda árvore florida em rosa. Envoltos
na poesia de Jáder de Carvalho, tal momento não poderia ser visto de modo menos
poético. Não há registro fotográfico, é a memória que nos traz novamente o
momento:
Foi então que veio a grande ideia de visitar o poeta.
Por onde andava o senhor das tantas saudades, menino
eterno, poeta solitário?
Vamos a Quixadá! - soprou o vento sertanejo, que Jáder
estaria lá.
E o caminho foi feito.
Haja verde cajueiro, haja ocre terra, haja cinza.
Haja casa na beira da estrada, agora, moderna estrada.
Haja monólito que se coloque imponente no horizonte,
Sentinela a resguardar o berço do poeta valente.
Chegada à terra de Jáder, haja memória daqueles que não
deixam que o passado passe.
A terra de Jáder está mudada, mas a natureza ainda o
traz.
Se o poeta escreve a paisagem que percebe, ela é só sua
O leitor, no texto-poesia, o que vê?
Não há ali uma paisagem-poeta?
E, vendo a paisagem quixadaense, não foi mesmo Jáder que
assim nos (a)pareceu?
Derrubaram a casa do poeta e a Serra do Estevão está bem
mudada,
Mas o sertão ainda é sertão
E a quem aprendeu a enxergar o sertão-poesia de Jáder,
Não pôde ter outra ideia ao ver o ipê rosa florido
Solitário em meio ao verde do serrote,
Era Jáder sorrindo ao dizer:
Essa é minha terra natal!
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